Observatório Nacional da Indústria lança mapeamento de dados de inovação.
Artigo originalmente produzido no portal da indústria da CNI em 31/07/2024
A Rede de Observatórios do Sistema Indústria e o Observatório Nacional da Indústriamapearam quais são os estados com mais ativos em ciência e inovação do país e quais os principais setores.
Os dados estão no Atlas da Inovação, lançado na última quarta-feira (31). Ele mostra São Paulo líder na quantidade de ativos, com 27,6% do total brasileiro. Em seguida vem o Rio Grande do Sul (10%), Minas Gerais (9,6%), Paraná (9%) e Rio de Janeiro (8,3%). Juntos, eles concentram 64,5% de todos os ativos do Brasil.
Ativos são todos os elementos tangíveis e intangíveis que contribuem para o avanço e aplicação do conhecimento científico e tecnológico do país, além de promover processos de inovação. Laboratórios, incubadoras, patentes e centros de pesquisa são alguns dos exemplos. No estudo, mais de 140 mil ativos foram mapeados. Patentes são o ativo de inovação que lidera a corrida tecnológica brasileira, com mais de 48 mil patentes registradas. Em seguida vêm grupos de pesquisa e laboratórios. Já os principais setores são: tecnologia da informação e comunicação, energia e saúde.
O que é
O Atlas da Inovaçãoé uma plataforma online e interativa destinada a pesquisadores, profissionais e tomadores de decisão. Com dados específicos e mapeamento geográfico de ativos de inovação, trata-se de uma ferramenta estratégica que visa impulsionar o desenvolvimento e a colaboração no campo da inovação.
Essa plataforma permite identificar, avaliar e disseminar o mapeamento dos principais ativos de ciência, tecnologia e inovação (CT&I) nacionais. Ao oferecer apoio às atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) industrial, promove a diversificação da matriz industrial e o desenvolvimento sustentável. Além disso, o Atlas oferece filtros setoriais e geográficos para diversos ativos de ciência, tecnologia e inovação. Essa ferramenta, cujo conteúdo é autoatualizável, permite a visualização dos dados, de forma integrada, em gráficos, tabelas e mapas interativos.
Objetivos da Ferramenta de Inovação
Esta ferramenta é uma fonte robusta para consulta de indicadores de inovação no setor industrial, facilitando a compreensão e aprimoramento do cenário de inovação. A gestão eficaz dos ativos de inovação é vital para estimular a pesquisa, a competitividade e o progresso em diversos setores, promovendo o desenvolvimento econômico e social. Governos, instituições de pesquisa, empresas e outros atores desempenham papéis importantes na criação e utilização desses ativos de CT&I. Os objetivos principais incluem:
- Promover a colaboração entre centros de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) e a indústria.
- Estimular a cooperação entre centros de CT&I e a indústria, maximizando frameworks de transferência tecnológica.
- Fomentar a participação dos Institutos SENAI de Inovação e Tecnologia, identificando lacunas de CT&I para o desenvolvimento local.
- Identificar setores emergentes com base em ativos de conhecimento científico nas regiões brasileiras.
- Otimizar estratégias estaduais e regionais de inovação e formular políticas públicas para ampliar a oferta de CT&I.
Funcionalidades do Atlas de Inovação
Desenvolvido com base em dados de diversas áreas de negócios, a ferramenta oferece:
- Dados Classificados por Setor Econômico: Permite análise e comparação de indicadores por setor econômico.
- Buscas Personalizadas: Oferece resultados de buscas com filtros para análises precisas.
- Informações Detalhadas: Fornece dados sobre ativos de inovação, incluindo contato, área de atuação e localização.
- Tomada de Decisão Informada: Viabiliza decisões mais assertivas com informações detalhadas e personalizadas.
- Cobertura Geográfica Ampla: Abrange unidades da federação, mesorregiões e municípios do Brasil, oferecendo uma visão abrangente do cenário de inovação nacional.
O mapeamento da educação
Apesar das regiões Sudeste e Sul concentrarem a maior parcela de ativos em ciência e inovação no Brasil, a região norte desponta no indicador educação. Os estados de Amapá (6,93), Roraima (6,57) e Rondônia (5,37) lideram o ranking da razão entre formandos nos cursos de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM) e empresas potencialmente inovadoras. Os estados formam muito mais profissionais do setor de inovação do que as empresas locais podem absorver. No sentido contrário estão Distrito Federal (0,42), São Paulo (0,52) e Rio de Janeiro (0,78), que demandam mais profissionais para atender à demanda dos mercados locais. Educação tecnológica no Brasil:
- Cursos de pós-graduação STEM: 8735
- Escolas técnicas: 7395
- Instituições de ensino superior: 2574
- Institutos federais de educação profissional, científica e tecnológica: 645
- Escolas técnicas SENAI: 472
Conheça empresas com potencial inovador
São Paulo é o estado que concentra o maior número de empresas com potencial inovador, com 3.571 negócios que representa 38,7% do total no país. Rio Grande do Sul ocupa o segundo lugar do ranking com 1.202 empresas (13%), seguido do Paraná (757), Santa Catarina (718) e Minas Gerais (591). Os estados com menos empresas do tipo são Roraima (3), Rondônia (9) e Acre (11).
Empresas com potencial inovador no Brasil:
- Startups: 1631
- Empresas beneficiadas com a Lei do Bem: 3978
- Empresas com financiamento do BNDES para inovação: 561
- Empresas beneficiadas com financiamento não reembolsável: 405
- Empresas residentes em parques tecnológicos: 2664
Atlas da Inovação
Desenvolvido pela Rede de Observatórios do Sistema Indústria, o Atlas da Inovaçãotraz informações sobre o panorama da inovação no Brasil. O objetivo é favorecer a troca de informações estratégica e ajudar a identificar onde estão os polos de desenvolvimento, as empresas com potencial de inovação e os insumos. O levantamento, a partir do cruzamento dos dados verificados, revela a identidade da inovação no país.
“O Atlas da Inovação traz um mapeamento completo sobre onde está a inovação brasileira e quais os desafios que temos que vencer daqui para frente. Serve para auxiliar políticas públicas, investimentos, universidades e empresas. Fizemos cruzamentos de dados inéditos que trazem um panorama nunca visto na área de inovação do país”, explica o superintendente do Observatório Nacional da Indústria Márcio Guerra.