Como o 5G Pode Revolucionar o Chão de Fábrica Brasileiro
As redes de comunicação de quinta geração, ou 5G, prometem transformar profundamente diversos setores da economia, mas é no setor industrial que seu impacto pode ser mais significativo. O 5G tem o potencial de revolucionar a forma como as indústrias operam, trazendo avanços tecnológicos que otimizam processos e aumentam a eficiência.
Um estudo realizado pela Nokia em parceria com a Omdia estimou que o 5G poderá adicionar até US$ 1,2 trilhão ao PIB do Brasil até 2035. Essa projeção, revelada por Ailton Santos, CEO da Nokia, em entrevista à revista Veja, destaca o impacto considerável que a tecnologia poderá ter na economia brasileira, com foco especial na indústria. No entanto, muitos líderes empresariais ainda não têm plena consciência desse potencial.
A introdução do 5G permitirá avanços expressivos em áreas como monitoramento de processos, manutenção preditiva e automação avançada. Essas melhorias serão essenciais para as fábricas, elevando a eficiência operacional ao conectar dispositivos em tempo real e otimizando a produção por meio de inteligência artificial e automação.
Apesar disso, muitos empresários brasileiros ainda não estão totalmente preparados para aproveitar essa oportunidade. Um estudo do Instituto Pesquisa de Reputação e Imagem (IPRI), encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), revelou que 47% dos empresários têm pouco ou nenhum conhecimento sobre o 5G. Entre aqueles que conhecem a tecnologia, poucos estão engajados em discussões ativas sobre sua implementação.
Os Benefícios do 5G para o Chão de Fábrica
O 5G promete transformar a indústria ao fornecer altíssimas velocidades de conexão, baixa latência e capacidade de conectar um grande número de dispositivos simultaneamente. Isso será particularmente valioso para o chão de fábrica, onde a comunicação em tempo real entre máquinas e sistemas pode melhorar significativamente a integração e a automação dos processos industriais.
Com essa tecnologia, as empresas poderão monitorar e controlar melhor seus processos produtivos, além de implementar manutenção preditiva e automação avançada. O resultado será um aumento da eficiência operacional, permitindo que as indústrias operem de maneira mais inteligente e responsiva.
As Barreiras para a Adoção do 5G na Indústria Brasileira
Embora o 5G seja amplamente reconhecido como uma tecnologia transformadora, sua adoção no Brasil enfrenta diversos obstáculos. O estudo do IPRI apontou que 54% das empresas brasileiras ainda não discutem a instalação de redes 5G em suas operações. Além disso, apenas 6% das empresas já implementaram a rede.
Essa hesitação pode ser explicada por vários fatores, sendo o principal a falta de infraestrutura adequada, mencionada por 64% dos empresários. Outro obstáculo importante é o custo elevado das soluções e equipamentos necessários para redes privativas, citado por 31% das empresas.
Redes Privadas de 5G: Uma Solução Promissora
Uma possível solução para essas barreiras são as redes privadas de 5G. Elas oferecem segurança aprimorada, maior controle operacional e personalização de acordo com as necessidades específicas da indústria. Com uma rede privada, as empresas podem operar em um espectro dedicado, garantindo que suas comunicações críticas sejam rápidas e seguras.
No entanto, a adoção de redes privadas também enfrenta desafios, principalmente devido ao alto custo inicial de implementação e à necessidade de manutenção contínua. Mesmo assim, elas representam uma solução viável para muitas indústrias que buscam otimizar suas operações com o 5G.
Aplicações do 5G para a Indústria
O 5G abre caminho para diversas inovações no ambiente industrial, incluindo a Internet das Coisas Industrial (IIoT), automação avançada e sistemas de Realidade Aumentada. Essas tecnologias permitirão às fábricas se adaptarem de forma dinâmica às mudanças nas condições de operação e no mercado, criando fábricas inteligentes capazes de operar com um nível de eficiência e flexibilidade sem precedentes.
A capacidade de coordenar em tempo real todas as etapas da produção será fundamental para o sucesso dessas fábricas inteligentes, que poderão otimizar seus processos de maneira autônoma e responder rapidamente às demandas do mercado.
Superando as Barreiras para a Transformação
Embora o 5G tenha o potencial de transformar a indústria brasileira, a realização completa desses benefícios depende de superar barreiras significativas. Para que isso aconteça, será essencial que os líderes empresariais e os formuladores de políticas públicas trabalhem juntos para acelerar a transição para a Indústria 4.0.
Com investimentos estratégicos e o apoio do governo, as empresas poderão adotar o 5G e aproveitar ao máximo suas vantagens, impulsionando o crescimento econômico e a competitividade do Brasil no cenário global.
Mais dispositivos conectados ao mesmo tempo, na mesma rede e numa velocidade mais rápida. A tecnologia 5G permite um leque de possibilidades para a Internet das Coisas (IOT) e para o desenvolvimento tecnológico. A quinta geração de internet móvel pode revolucionar os níveis de produtividade na indústria em processo de implementação no Brasil.
Esse potencial é percebido por boa parte do setor produtivo – 61% dos empresários industriais consultados consideram importante ou muito importante o 5G -, mas ainda há desafios para adotar a nova tecnologia dentro das indústrias. É o que mostra a pesquisa Tecnologia 5G no setor industrial, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), por meio do Instituto Pesquisa de Reputação e Imagem (IPRI), antigo Instituto FSB Pesquisa.
Os principais pontos levantados pela pesquisa mostram que:
61% dos empresários industriais consideram importante ou muito importante adotar a tecnologia 5G;
No entanto, a maioria das empresas não discute a instalação da quinta geração de conectividade sem fio;
47% dos empresários da indústria desconhecem a tecnologia;
A falta de infraestrutura e de suporte das operadoras são as principais barreiras para a adoção do 5G.
Adoção do 5G no Setor Industrial Ainda é Lenta no Brasil
A adoção do 5G ainda é incipiente no Brasil, especialmente no setor industrial.
Um levantamento feito pela consultoria Teleco indica que, entre 2020 e 2023, apenas onze indústrias instalaram redes privativas de 5G.
Para empresas que não dependem de conectividade mais rápida, a troca pode demorar, mas adiar essa decisão pode comprometer a competitividade. Enquanto o Brasil avança lentamente, o 5G e a IoT estão transformando indústrias em países como Estados Unidos, China e Austrália. Nesses locais, caminhões autônomos já desempenham tarefas pesadas na mineração, graças à conectividade mais veloz, aumentando a segurança nas operações. O mercado de caminhões autônomos de mineração, de acordo com uma pesquisa do instituto Allied Market, deverá alcançar 1,6 bilhão de dólares em 2025 e crescer para 12,5 bilhões até 2035.
Isso demonstra o potencial das inovações tecnológicas para gerar ganhos significativos em diversas atividades econômicas. Estima-se que, até 2025, as redes 5G estarão disponíveis para um terço da população mundial, e o Brasil precisa acelerar seus projetos nessa área para não perder oportunidades.
Potencial do 5G no PIB
O 5G tem potencial de uma velocidade de 10 a 20 gigabytes por segundo, até dez vezes mais rápida do que a usual no 4G. Com maior velocidade, a tecnologia aumenta a capacidade de conexão massiva entre os dispositivos, o que é importante para capacidade produtiva da indústria. Na prática, o 5G permite uma baixa latência, ou seja, um menor tempo de resposta entre as máquinas conectadas.
Um estudo de 2022 elaborado em conjunto pela Nokia e pela Omdia mostra que o 5G terá um impacto de até US $1,2 trilhão no Produto Interno Produto (PIB) do Brasil, até 2035.
Como uma empresa pode ter acesso ao 5G?
A rede 5G pode ser fornecida por uma operadora celular sendo neste caso compartilhada com outros usuários ou pode ser construída pela própria empresa para uso exclusivo dentro do seu endereço. Os três tipos são:
Privativa: independente, administrada pela própria empresa e com recursos para garantir maior confiabilidade, disponibilidade, privacidade e confidencialidade;
Pública: fornecida pelas operadoras públicas, sem controle privado e compartilhada com outros usuários;
Híbrida: controle feito pela operadora pública, mas alguns recursos são dedicados para a empresa, aumentando a qualidade e a segurança dos dados;