Processos Industriais: Conheça as Diferenças entre Contínuo, Batelada e Discreto
Os processos industriais envolvem uma sequência organizada de operações – que podem ser mecânicas, físicas ou químicas – com o objetivo de fabricar ou produzir algo. O tipo de processo a ser adotado por uma empresa dependerá de fatores como a demanda do mercado, o método de fabricação adequado ao produto e os recursos disponíveis.
Vamos imaginar uma fábrica de bebidas que produz suco de laranja. Para que o suco chegue às prateleiras, embalado e pronto para consumo, o processo envolve diversas etapas, como:
Compra das laranjas, que são a matéria-prima principal;
Aquisição de outros ingredientes e materiais, como água e conservantes;
Medição e separação exata dos componentes para garantir a qualidade do suco;
Utilização dos equipamentos adequados, como máquinas de extração de suco e de pasteurização, seguindo a ordem correta;
Realização das etapas de fabricação, como a extração do suco, filtração e pasteurização;
Finalização do processo com o suco pronto;
Embalagem do produto para garantir sua conservação e distribuição.
Embora os processos industriais possam variar de acordo com o produto e a indústria, eles seguem uma lógica semelhante, adaptando-se às necessidades específicas de cada linha de produção.
Quais são as etapas do processo industrial?
As etapas do processo industrial podem variar conforme a necessidade e os produtos produzidos. Mas de maneira generalista podemos citar as seguintes fases como formadoras de um processo:
Design e desenvolvimento do produto
Recebimento da matéria-prima de maneira bruta e primeiras manipulações;
Condicionamento da matéria-prima
Transformação da matéria-prima
Conversão da matéria-prima no produto
Controle de qualidade
Embalagem e logística
Vendas e distribuição
Serviço pós-venda e feedback
Cada etapa contém dentro de si várias fases que podem ser implementadas conforme o negócio percebe a sua necessidade. Mas todas devem ser complementares, além de serem determinantes para que o produto saia como o esperado.
Como são divididos os processos industriais? Saiba quais são os tipos
Os processos industriais podem ser executados de diversas formas, conforme tipos de produtos, demandas e outros fatores. Mas, são comumente classificados da seguinte forma:
Processos industriais contínuos
A fabricação contínua é composta por linhas de produção dedicadas que produzem os mesmos itens. Esse tipo funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, durante todo o ano. Uma indústria usaria esse tipo repetitivo para produções de itens sequenciais, que se comprometem com uma taxa de produção elevada.
Com seus requisitos de configuração sendo mínimos ou com poucas mudanças, as velocidades de operação podem ser aumentadas ou diminuídas para atender às demandas ou requisitos do cliente.
Dessa forma, as máquinas utilizadas nestes processos, não são paralisadas com frequência, demandando a utilização de equipamentos e peças de qualidade e de alta resistência, como é o caso das fabricadas de metal duro.
Este tipo de processo industrial, é muito utilizado em Petroquímicas, Metalúrgicas, Siderúrgicas, Químicas e Papel e Celulose
Processos industriais em batelada
Nos processo industriais em batelada, os produtos são fabricados em etapas ou ciclos. Assim, cada uma das etapas é concluída, antes que a próxima seja executada.
E apesar de muitos ainda confundirem os processos em batelada e lotes, eles não são o mesmo.
Os processos industriais em lote, são utilizados para produtos físicos, que podem ser quantificados, identificados e separados, como parafusos, por exemplo.
Já os processos industriais em batelada são empregados na fabricação de produtos que não podem ser quantificados, identificados e separados, como, por exemplo, na produção de tintas e afins.
Exemplos: indústrias alimentícias e de bebidas, farmacêuticas, de cosméticos, etc.
Processos industriais discretos
Na fabricação discreta uma linha de montagem também é utilizada. Entretanto, o produto a ser trabalhado muitas vezes é único, podendo enfrentar diferentes configurações na produção conforme a sua demanda.
Esse tipo é realizado para criar apenas um produto por vez. Na prática, os produtos de grande porte é que passam por esse modelo de fabricação. Afinal, uma indústria dificilmente vai produzir o mesmo tipo de avião ou navio em série. Até por isso ela leva mais tempo para ser concluída.
Os estaleiros que produzem grandes embarcações seguem uma linha de produção, porém não exercem a mesma função de produção em série, já que um item de tal tamanho dificilmente poderá ser replicado fielmente.
Exemplos: fábricas de navios e aviões, montadoras de automóveis, fábricas de autopeças, etc.
Principais dores e desafios por processo industrial
Aqui estão as principais dores enfrentadas por cada tipo de processo industrial:
Processo Contínuo
Ineficiências no Processo: Qualquer falha ou erro pode resultar em uma parada completa, impactando a produção e gerando altos custos de correção.
Manutenção Preventiva: A dificuldade em realizar paradas frequentes para manutenção pode levar a falhas imprevistas e atrasos consideráveis.
Consumo de Energia: O alto consumo de energia para manter as máquinas funcionando continuamente pode impactar os custos operacionais.
Qualidade e Consistência: Pequenos desvios no processo podem afetar a qualidade do produto final, o que é difícil de ajustar em tempo real.
Sustentabilidade: Dificuldade em implementar práticas sustentáveis sem interromper a produção contínua.
Processo em Batelada
Baixa Eficiência: Paradas frequentes entre os lotes podem reduzir a eficiência geral da produção.
Variação entre Lotes: A variabilidade entre os ciclos pode levar a inconsistências no produto final, causando retrabalho ou desperdício.
Dificuldade no Planejamento: Planejar a produção em lotes requer ajustes frequentes e maior coordenação entre as etapas do processo.
Controle de Qualidade: O controle de qualidade precisa ser rigoroso para garantir que cada batelada atenda aos padrões, o que pode aumentar os custos operacionais.
Processo Discreto
Alto Custo de Produção: A fabricação individual de peças ou produtos, muitas vezes utilizando robôs e automação, pode ser cara, especialmente se houver falhas em máquinas.
Gargalos Operacionais: Qualquer problema em uma etapa pode atrasar a produção total, causando gargalos em toda a linha.
Flexibilidade Reduzida: Modificar ou personalizar o produto pode ser difícil sem reconfigurar completamente as linhas de produção.
Tempo de Ciclo Prolongado: A fabricação de produtos individualmente pode ser demorada, resultando em menores volumes de produção em comparação com processos contínuos ou em batelada.
Essas dores comuns afetam diretamente a eficiência e a competitividade das indústrias e destacam a necessidade de soluções de automação e otimização que possam melhorar o desempenho e reduzir custos operacionais.
Como a inovação e a indústria 4.0 podem transformar o processo produtivo industrial
É importante sempre buscar melhorias contínuas no processo industrial, alinhadas ao formato de produção estabelecido na fábrica. Isso garante maior eficiência, competitividade e a capacidade de acompanhar os avanços tecnológicos.
A seguir, algumas sugestões de inovação e melhoria de processos que podem ser implementadas na sua corporação para otimizar a produção.
Digitalização de Processos:
A automação integra equipamentos com a Internet das Coisas (IoT), permitindo uma fábrica digitalizada. Isso facilita a visualização em tempo real dos dados, agiliza a tomada de decisões e ajuda a identificar gargalos e ineficiências no processo produtivo.
Layout de Máquinas:
O redesenho do layout das máquinas dentro da fábrica otimiza o fluxo de trabalho, melhora a logística interna e aumenta a eficiência da produção, mesmo com soluções analógicas.
Sistema Lean:
O sistema Lean foca na redução de desperdícios em diferentes áreas da produção, como superprodução, espera, transporte e defeitos. A automação potencializa essa metodologia ao garantir mais precisão e menos erros no processo.
Automatização da Gestão:
A automação de gestão com softwares específicos integra os dados da produção, facilitando a análise e o monitoramento das operações. Isso aumenta a produtividade e torna a fábrica mais eficiente.
Robôs Colaborativos (Cobots):
Cobots, ou robôs colaborativos, trabalham lado a lado com os humanos, assumindo tarefas repetitivas, perigosas ou tediosas. Isso melhora a segurança no ambiente de trabalho e aumenta a eficiência, permitindo que os humanos se concentrem em tarefas mais estratégicas.
Flexibilidade e Personalização:
A automação permite uma rápida adaptação às mudanças de mercado, facilitando a personalização de produtos de acordo com as demandas do cliente, sem comprometer a eficiência.
Sustentabilidade:
A automação contribui para a eficiência no uso de recursos, reduzindo desperdícios e minimizando o impacto ambiental, uma preocupação crescente nas indústrias modernas.
Inovação e Competitividade:
A colaboração entre humanos e robôs abre novas possibilidades de inovação, aumentando a competitividade das empresas. A integração de tecnologias como IoT e inteligência artificial otimiza o processo produtivo e garante maior consistência e qualidade dos produtos.