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Transformação Industrial: Desafios e Oportunidades na Era da Indústria 4.0

A ST-One é uma startup inovadora que está transformando o setor industrial ao combinar ciência de dados com soluções tecnológicas avançadas. Com o propósito de levar a produtividade industrial a um novo patamar, a Indtech desenvolveu uma tecnologia disruptiva que permite a digitalização da indústria alcançar um estágio superior de conectividade e inteligência.

Essa solução flexível não apenas otimiza processos e recursos, mas também promove a criação de ecossistemas sustentáveis entre a indústria e o meio ambiente, adaptando-se continuamente a novos desafios e aprimorando sua eficácia a cada aplicação.

No último mês de agosto, tive o prazer de ser entrevistado pela ST-One , onde falei sobre o atual momento da Indústria 4.0 no Brasil.

Acompanhe os principais insights dessa conversa neste artigo.

Boa leitura!

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ST-One

1. ST-One: Na sua visão, como está o panorama atual de investimentos em tecnologias no setor industrial? Quais tendências você destacaria?

Rodrigo Portes: O panorama atual de investimentos em tecnologias no setor industrial é marcado por uma crescente conscientização sobre a importância da digitalização e da automação, com a Indústria 4.0 sendo um dos principais impulsionadores dessa transformação. No entanto, o Brasil ainda enfrenta desafios significativos nesse campo, com apenas uma pequena fração das empresas efetivamente adotando essas tecnologias avançadas.

Segundo pesquisa da CNI – “Indústria 4.0: novo desafio para a indústria brasileira”, as tecnologias da indústria 4.0 ainda são pouco conhecidas pelas PMEs brasileiras. 57% das pequenas empresas afirmaram desconhecer tais tecnologias. Vejo como principais tendências (e necessidade de sobrevivência) a utilização cada vez maior das principais tecnologias habilitadoras como IoT, Big Data, Cloud, RA e RV, IA e Machine Learning e Digital Twins, dentre outras.

 2. ST-One: Você tem percebido algum tipo de resistência por parte das indústrias na adoção de novas tecnologias? Quais seriam as principais barreiras?

Rodrigo Portes: Segundo a pesquisa “Sondagem Especial Indústria 4.0: Cinco Anos Depois da CNI de 2022”, respondida por mais de 1.900 executivos e empreendedores de pequenas, médias e grandes empresas os principais obstáculos para a adoção de tecnologias ligadas à indústria 4.0 foram: altos custos de implementação (66%), estrutura e cultura da empresa (26%), falta de clareza sobre o retorno de investimento (25%), falta de conhecimento técnico (25%), dificuldade para integrar novas tecnologias e softwares (18%).

A meu ver, o principal, obstáculo para o avanço não são os altos custos, pois como sabemos os preços das tecnologias vem caindo vertiginosamente nos últimos anos. Acredito que a questão cultural e o medo da mudança, especialmente por parte do Top Management das indústrias, continue sendo a principal barreira. Daí a importância de desmistificarmos a tecnologia junto a grande maioria das empresas do país. Esse tem sido um dos meus propósitos como consultor nos últimos anos e por isso criei a palestra “Desmistificando a Indústria 4.0” justamente com esse objetivo.

 3. ST-One: Quais setores você acredita que estão mais ávidos por inovações tecnológicas e por quê?

Rodrigo Portes: Aqui no Brasil, fundamentalmente, grandes empresas e multinacionais de alguns setores específicos como automotivo, alimentos e bebidas, farmacêutico, químico, mineração e metais têm investido e demonstrado maior apetite por inovações, projetos e tecnologias ligadas à indústria 4.0 devido à pressão por eficiência, redução de custos, competitividade e, claro, a sustentabilidade (ESG). Temos diversos bons exemplos e casos de sucesso, inclusive em empresas nacionais, destes segmentos.

 4. ST-One: Na sua experiência, quais fatores têm sido decisivos para que as indústrias decidam investir em novas tecnologias?

Rodrigo Portes: Há muitos benefícios na implantação destas novas tecnologias. Não só no chão de fábrica, mas também em melhorias ligadas a vendas, novos produtos e serviços e experiência do cliente. Alguns deles são:

  • Custo: redução direta nas despesas operacionais.

  • Competitividade: manter ou conquistar liderança no mercado.

  • Eficiência: melhor aproveitamento de recursos e tempo.

  • Segurança: proteção contra falhas e ameaças operacionais (Cyber segurança).

  • Otimização: refinamento de processos para máxima produtividade.

  • Erros: diminuição de falhas e retrabalhos.

  • Experiência do Cliente: melhoria na interação e satisfação do cliente.

  • Sustentabilidade (ESG): alinhar-se a práticas mais verdes e regulatórias.

5. ST-One: Você observa uma grande disparidade na maturidade tecnológica entre os setores industriais no Brasil, ou essa variação está mais relacionada ao tamanho das empresas?

Rodrigo Portes: A disparidade na maturidade tecnológica no Brasil é mais evidente entre empresas de diferentes tamanhos do que entre setores. Grandes empresas tendem a estar mais avançadas em sua jornada de digitalização, enquanto pequenas e médias empresas ainda lutam para adotar tecnologias básicas com Lean Manufacturing, ERP, SCADA, MES, dentre outras.

Costumo dizer que quando se trata da maturidade e estágios da indústria 4.0, encontramos normalmente vários “Brasis” dentro do Brasil. Há indústrias de maior porte, como citado na pergunta 3, que já estão com um alto nível de maturidade e aplicação das novas tecnologias da indústria 4.0, porém a esmagadora maioria (PMEs) ainda não fazem uso destas tecnologias e muitas nem as conhece. Porém, olhando o “copo meio cheio”, vejo isso como uma enorme oportunidade para empresas e startups como a ST-One, por exemplo.

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Copyright: ST-One

6. ST-One: Entre as indústrias que já alcançaram um alto nível de maturidade, que inovações elas estão buscando agora para se manterem competitivas?

Rodrigo Portes: Indústrias com alto nível de maturidade em Indústria 4.0 estão agora focadas em inovações que vão além da automação e conectividade básicas. Elas estão investindo em inteligência artificial avançada, incluindo IA generativa, para otimizar processos preditivos e análises de big data em tempo real.

O metaverso industrial é outra área de interesse, permitindo simulações e colaborações em ambientes virtuais altamente realistas. Além disso, estão explorando o uso de gêmeos digitais para simular e otimizar operações complexas.

A sustentabilidade é uma prioridade crescente, com muitas dessas indústrias já discutindo conceitos de Indústria 5.0, que integra tecnologias avançadas com um foco humanizado e sustentável, promovendo processos mais verdes e o uso de energias renováveis.

7. ST-One: Em qual aspecto dentro de um setor industrial, como o uso de matérias-primas ou a eficiência das linhas produtivas, você percebe um aumento significativo nos investimentos em inovação?

Rodrigo Portes: Observo um aumento significativo nos investimentos voltados para a eficiência dos processos fabris e linhas produtivas, na redução do consumo de energia e programas cada vez mais voltados para o ESG, ou seja, a Neoindustrialização.

8. ST-One: De que maneira você acredita que a ciência de dados pode impulsionar a inovação em diferentes setores da indústria?

Rodrigo Portes: Principalmente trazendo e captando grandes volumes de dados (Big Data) para insights e tomada de decisão. No chão de fábrica, ela melhora a eficiência operacional através de análises preditivas, reduzindo tempo de inatividade, predizendo falhas e eliminando erros e desperdícios.

Como profissional da área de vendas industriais, enfatizo também a importância da ciência de dados para o “top line” das empresas, ou seja, a área de vendas. Ela permite, dentre outras coisas, a oferta de soluções customizadas para clientes, novos modelos de negócios, novos produtos e serviços, além de uma experiência diferenciada para o cliente.

9. ST-One: Como você imagina que a aplicação de ciência de dados nas indústrias brasileiras evoluirá nos próximos 5 e 10 anos? Quais transformações você prevê?

Rodrigo Portes: Minha expectativa para a aplicação da ciência de dados nas indústrias brasileiras é de uma evolução significativa nos próximos 5 e 10 anos. Especialmente no Brasil, a previsão é de que as receitas com a Indústria 4.0 mais que dobrem nesse período, com um CAGR aproximado de 23% ao ano, conforme dados de uma pesquisa recente do IMARC.

O Brasil vem sofrendo um severo e precoce processo de desindustrialização nos últimos anos. A indústria de transformação, que já representou 35% do PIB nos anos 80, fechou o ano de 2023 com apenas 11% de participação no PIB.

Neste cenário sombrio, a Indústria 4.0, a inovação e a tecnologia são alguns dos antídotos essenciais para reverter esse quadro e revitalizar o setor industrial no país.

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